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9.13% Renascida como uma Succubus: Hora de Viver a Melhor Vida! / Chapter 19: Feiticeira, Parte Cinco

Chapter 19: Feiticeira, Parte Cinco

Melisa

Melisa estava sentada na sala de estar, com a cabeça ainda girando com os eventos do dia.

A luta com os Magos das Sombras, a revelação de que existiam pessoas assim no mundo, a maneira como Javir os despachou com tanta habilidade e ferocidade...

Era muito para Melisa processar.

Mas enquanto os minutos passavam, Melisa encontrava-se pensando em uma questão completamente diferente.

[O que está demorando tanto?] ela se perguntava, olhando para a porta fechada do quarto onde Javir e sua mãe haviam desaparecido. [Quanto tempo leva para limpar um pequeno corte?]

Nesse instante, como se convocados por seus pensamentos, a porta se abriu e Javir e Margaret saíram.

As sobrancelhas de Melisa se ergueram.

Seus rostos estavam corados e as roupas desarrumadas.

[Oh. OH.]

Melisa, ou Alice, tinha morrido virgem aos 28 anos. Mas, ela não era tão ingênua. Sabia exatamente o que tinha acontecido.

Porém, honestamente, Melisa não conseguia se importar. Ela tinha coisas mais importantes em mente.

"Javir!" ela exclamou, se aproximando rapidamente da mulher mais velha. "Você pode me mostrar como fazer alguns daqueles feitiços incríveis que usou na luta? Por favor? Pretty please?"

Javir piscou, surpresa com o pedido súbito. Mas então ela sorriu, bagunçando o cabelo de Melisa com carinho.

"Claro, garota. Ficarei feliz em te ensinar uma ou duas coisas. Mas vamos devagar, tá? Alguns daqueles feitiços são bem avançados. Não quero que você cause um acidente e vá para o túmulo antes da hora, certo?"

Melisa assentiu.

Nesse momento, a porta da frente se abriu e Melistair entrou, o rosto marcado pela preocupação.

"Eu soube que houve algum tipo de confusão na floresta. Todos estão bem?"

Os olhos dele se arregalaram ao ver Javir, ali parada com sua esposa e filha.

Melisa teve que conter uma risada ao ver a expressão no rosto de Javir. Parecia tão em pânico.

Mas Margaret apenas sorriu, caminhando até seu marido e dando-lhe um beijo suave na bochecha.

"Tudo bem, querido. Apenas um pequeno problema com alguns tipos desagradáveis. Mas a Javir aqui deu conta do recado."

Ela gesticulou para Javir, que parecia querer afundar no chão.

"Oh, graças aos deuses. Obrigado, Javir, por manter minha família segura."

Ele estendeu a mão, e Javir a pegou, parecendo um pouco aliviada.

"Foi uma honra, senhor. Sua filha é uma jovem notável, e sua esposa é... bom, ela é algo especial também."

Margaret corou, baixando a cabeça para esconder o sorriso. Melisa apenas revirou os olhos, impaciente para voltar à questão principal.

Depois disso, Melistair e Margaret voltaram para dentro.

Melisa agarrou sua chance.

"Ei, Javir? Posso te perguntar uma coisa?"

Javir olhou para ela, curiosidade em seus olhos.

"Claro, garota. O que está te incomodando?"

Melisa hesitou por um momento, de repente se sentindo um pouco tímida.

"Bem, é que... você mencionou que era de Syux, certo? O que você fazia lá, antes de vir para cá?"

Javir sorriu, um olhar distante em seus olhos.

"Além de ser professora? Não muito."

Melisa assentiu, seu interesse aumentando.

"Mas, como era? O que você ensinava?"

Javir riu, sentando-se em um banco próximo e batendo no espaço ao seu lado.

"Oh, todo tipo de coisa. Magia, principalmente, mas também um pouco de esgrima aqui e ali, embora esteja longe de ser minha especialidade."

"Oh!"

Javir suspirou.

"Foi uma boa vida. Desafiadora, mas gratificante. Eu amava meus alunos, adorava vê-los crescer e aprender e se tornarem as melhores versões de si mesmos."

Melisa sentou-se ao lado dela, completamente envolvida por cada palavra.

"Então por que você partiu?" ela perguntou, sua testa franzida em confusão. "Se você amava tanto, por que veio para cá?"

Javir ficou em silêncio por um momento, seu olhar distante.

Javir respirou fundo, seus olhos se distanciando enquanto ela mergulhava nas memórias.

"É... complicado, garota. Mas acho que você merece saber a verdade."

Ela se recostou.

"Havia essa garota nim, entende. Ela tinha se casado com um humano e comprado sua liberdade, e ela se matriculou na Academia Syux como uma estudiosa."

Os olhos de Melisa se arregalaram, seu interesse aguçado.

"Uma nim? Em uma escola humana? Isso deve ter sido raro."

Javir riu, um sorriso irônico no rosto.

"Raro? Tente inédito. Mas essa garota, ela era especial. Inteligente pra caramba e duas vezes mais determinada. Ela merecia estar lá, tanto quanto qualquer outra pessoa."

Sua expressão se tornou séria.

"Mas... nem todos viam isso assim. Eu ensinava uma das aulas de História dela, e algumas pessoas achavam que eu estava dando tratamento preferencial a ela. Favorecendo-a em detrimento dos outros alunos, literalmente sem nenhum outro motivo a não ser por eu elogiar quando ela respondia perguntas corretamente, tirava boas notas numa prova, esse tipo de coisa."

Melisa franziu a testa.

"Mas, se ela estava se saindo bem, deveria ser reconhecida por isso."

Javir suspirou, passando a mão pelos cabelos.

"Você está certa, garota. Era, francamente, muito estúpido. De qualquer forma, a situação chegou a um ponto crítico. Houve uma grande discussão com algumas pessoas importantes, e algumas acusações foram feitas. Aparentemente..." Ela olhou para Melisa e Melisa percebeu que Javir estava ajustando suas palavras em tempo real. "Ela foi supostamente pega tentando fazer alguém fazer algo ruim. Eu não acreditava que ela era do tipo que faria aquilo, então eu a defendi. As pessoas não gostaram disso."

Melisa se inclinou para frente, com o coração doendo pela injustiça de tudo aquilo.

"O que aconteceu? Eles te fizeram sair?"

Javir bufou.

"Não, eu saí por minha conta. Achei que não valia a pena, lidar com tantas pessoas assim. Pensei que talvez aquele não fosse o lugar certo para mim, afinal de contas."

Ela olhou para Melisa, uma suavidade em seus olhos.

"E, por coincidência, assim que eu saio, encontro uma jovem garota nim chamada Melisa que me impressionou mais do que qualquer um daqueles alunos algum dia. Loucura, né?"

Melisa sentiu um calor brotando em seu peito, uma sensação de orgulho e gratidão.

"Sinto muito pelas coisas não terem ido bem na sua terra natal, mas... estou feliz que você esteja aqui, Javir. Estou feliz que você seja minha professora."

"Ah," Javir sorriu, bagunçando carinhosamente o cabelo de Melisa. "Eu também, garota. Eu também."

Ela se levantou, esticando os braços acima da cabeça.

"Agora, chega do meu passado chato. Vamos voltar para as coisas excitantes. Magia!"

Melisa sorriu.

"Sim! Eu quero aprender aquele feitiço de vinha, o que você usou no kitsune. Foi muito legal!"

Javir riu, balançando a cabeça divertida.

"Tudo bem, tudo bem. O feitiço de vinha então. Mas, não fique muito obcecada em tentar dominá-lo em uma hora ou algo do tipo, é um feitiço complicado, tá bom?"

Melisa apenas sorriu maliciosamente, um brilho de determinação em seu olhar.

"Isso é um desafio?"

Javir ergueu uma sobrancelha.

"Se você quer gastar toda a sua Essência tentando, manda ver."

"É um trato, professora!"

E, com isso, Melisa começou.

Melisa estava no jardim, com o rosto franzido em concentração enquanto tentava replicar o feitiço de vinha que Javir havia usado contra o kitsune.

"Radix, ligare, vinculum!" ela entoou, movendo as mãos no que esperava ser o padrão correto.

Mas em vez de uma vinha verdejante brotando do chão, tudo o que Melisa conseguiu foi um fraco crepitar de Essência e mais nada.

[Que diabos?] ela pensou, franzindo a testa em confusão. [Eu jurava que tinha conseguido dessa vez!]

Ela tentou de novo, colocando mais força nas palavras e nos movimentos.

"Radix, ligare, vinculum!"

Ainda nada. Nem um brotinho sequer.

Melisa bufou, sua frustração crescendo.

[Isso é bem mais difícil do que Iluminar. O que está acontecendo?]

Continuou insistindo, determinada a provar para Javir que poderia dominar aquele feitiço em tempo recorde.

Mas, à medida que os minutos passavam e os erros se acumulavam, Melisa começou a sentir uma estranha pesadez em seus membros, uma névoa invadindo sua mente.

[Ugh, o que está acontecendo? Eu me sinto tão... tão...]

E então, sem aviso, o mundo se inclinou e ficou preto.

E Melisa caiu de cara no chão.

---

Melisa acordou com a sensação de ser carregada, braços fortes a embalando contra um peito quente.

[Huh? O que...]

Ela piscou, a visão lentamente voltando ao foco. O rosto de Javir surgiu diante dela, parecendo irritantemente divertido.

"Bem-vinda de volta. Dormiu bem?"

Melisa gemeu, lembrando-se dos eventos dos últimos minutos.

"Eu não sabia que um erro ao conjurar podia te nocautear," ela murmurou, suas bochechas queimando de vergonha.

Javir riu, ajustando Melisa em seus braços enquanto caminhava.

"Agora você sabe. Exaustão de Essência não é brincadeira, especialmente para uma jovem nim como você. Uma vez que você fica sem Essência, tentar usá-la é como tentar espremer água de uma pedra. E, em algum momento, seu corpo simplesmente se desliga por um tempo."

Ela carregou Melisa para dentro de casa, onde uma preocupada Margaret estava à espera.

"Oh, minha filha! Ela está bem?"

Javir assentiu, entregando Melisa cuidadosamente para sua mãe.

"Ela vai ficar bem, Margaret. Só precisa de descanso e um copo de água gelada para repor a Essência."

Margaret abraçou Melisa com força, pressionando um beijo em sua testa.

"Obrigada, Javir. Nossa, eu... Ugh."

Javir apenas sorriu, piscando para Melisa.

"Sempre que precisar, Margaret. Sempre que precisar."

E com isso, o dia chegou ao fim, os sonhos de Melisa cheios de visões de vinhas e gelo e a sensação da grama contra suas bochechas.

---

{Javir}

Melisa entrou em casa por um momento enquanto Javir a ajudava a treinar no jardim.

Quando ela voltou, estava carregando um monte de pergaminhos.

[Hm?]

"O que você está aprontando, Melisa?" Javir perguntou, erguendo uma sobrancelha em curiosidade.

Melisa sorriu, espalhando os pergaminhos pela grama.

"Quero ver se consigo usar os novos feitiços que você me ensinou, os feitiços de gelo e o feitiço de vinha, para criar um novo! Não seria incrível?"

"..."

Javir piscou.

[O que diabos...?]

"Não perca seu tempo," Javir disse a ela, com os olhos um pouco estreitos e sem sorrir. "Criação de feitiços está muito, muito além do seu alcance agora. Foque-se nos fundamentos."

Melisa não estava ouvindo, no entanto.

"Eu-eu só vou tentar! Quer dizer, se posso aprender esses feitiços tão rapidamente, quem é que pode dizer que não posso criar o meu próprio?"

Javir balançou a cabeça.

[Acho que não tem problema deixar a garota tentar e falhar. Só significa que vou poder abraçá-la bastante depois~]

"Bem, não quero reprimir sua criatividade. Mas não venha chorar para mim quando detonar toda a sua Essência de novo como ontem."

Melisa só sorriu.

"Se isso acontecer, você pode simplesmente me abraçar muito e tudo vai ficar bem, certo? Transferência de Essência e essas coisas?"

[Pegou.]

Logo, Melisa se perdeu em seu trabalho, suas mãos voando sobre os pergaminhos enquanto ela esboçava signos de feitiços e murmurava encantamentos em voz baixa.

Apesar de suas reservas, Javir não conseguia suprimir sua curiosidade.

Ela se levantou, movendo-se para olhar por cima do ombro de Melisa enquanto trabalhava.

E o que ela viu tirou seu fôlego.

Melisa estava desenhando signos de feitiços como uma verdadeira natural, seus traços confiantes e precisos. Ela parecia entender instintivamente como funcionavam, o que cada linha representava e como combiná-los apropriadamente.

Javir observou, hipnotizada, enquanto Melisa dava os toques finais em sua criação.

"Pronto!"

A garota respirou fundo, seus olhos brilhando com determinação.

"Glacies, radix, crescere!"

Ela estendeu a mão e...

Lá, brotando do chão, estava uma pequena planta cristalina, suas folhas e caules feitos inteiramente de vidro fosco.

"Uh..." Melisa riu, envergonhada. "Eu jurava que ia ser... diferente. Bem, deixa pra lá."

Agora, Javir era quem não estava ouvindo.

Ela avançou e se agachou, inspecionando aquela criação. Não se sentia confiante em tocar aquela coisa maldita sem um alquimista por perto, Melisa provavelmente não sabia os efeitos do feitiço que acabou de usar, mas ela precisava confirmar que aquilo era real.

Era uma planta. Pelo menos, em aparência, era tudo o que poderia ser considerado. Não era o feitiço mais impressionante que Javir já tinha visto, mas isso não era o ponto. O ponto era que Melisa havia criado aquilo, diante dos seus olhos, com nada mais do que alguns pergaminhos e seu próprio entendimento inato de magia.

Javir olhou para a pequena garota nim, franzindo a testa intensamente.

[Essa garota... Ela não é só talentosa. Ela é um gênio de verdade.]

Ela se levantou, andando para trás.

[Isso muda tudo,] Javir pensou, sua mente girando com as implicações. [Melisa não é apenas uma prodígio. Ela é um talento único na vida!]

Ela continuava andando de um lado para o outro.

[Uma garota como essa, nascida em uma vila tão afastada como esta, é... Ela é tão habilidosa? Com 9 anos de idade!?]

Na verdade, Javir não tinha tanta certeza de que, se recebesse a mesma tarefa, conseguiria fazer o que Melisa acabou de fazer.

Pelo menos, não tão rapidamente.

Ela se virou novamente. Ela não conseguia deixar de ver Melisa sob uma nova luz.

Ver este momento, este tempo na própria vida de Javir, sob uma nova luz.

Um pensamento então invadiu a mente de Javir que ela não seria capaz de extrair, não importa o quanto tentasse.

[... Ela estar aqui, repassando seus estudos em segredo, em isolamento, assim, é um desperdício. Não é?]


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