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50% Abunai Aisuru: Uma Jornada Contra o Destino / Chapter 8: Capítulo 07

Chapter 8: Capítulo 07

Naquele cômodo escuro, Naoya encontrava-se em um quarto sem janelas ou móveis, apenas um ambiente vazio e sombrio. Ao se erguer do chão, deu alguns passos à frente e avistou uma luz surgindo no horizonte. Decidindo-se a caminhar em direção a ela, a luz gradualmente tomava forma à medida que se aproximava, até revelar-se como uma porta. Ao estender a mão para a maçaneta, uma voz ecoou pelo quarto escuro.

— Você vai mesmo esquecer tudo e passar pela "porta"?

— Quem é você? Onde eu estou?

— Você quer mesmo esquecer a promessa que fez, e seguir em frente?

— Eu…

Quando Naoya estava prestes a responder o despertador toca acordando-o. Aqueles sonhos estavam ficando cada vez mais efetivos, havia algo que parecia não querer que Naoya esquecesse sua promessa, aquele dilema era demais para ele aguentar.

— Bom dia onii-sama. Está na hora de acordar, hoje é domingo o dia do seu grande encontro com sua futura esposa.

— Ah, bom dia Mayumi. Já chegou o dia de eu conhecer aquela garota?

Quando Naoya desceu para tomar seu café, a campainha tocou, os agentes do ministério haviam vindo buscá-lo. Mayumi atendeu a porta com receio, seu irmão estava a cada dia se afastando mais, de frente para Mayumi estava um casal de preto que aguardavam por Naoya.

— Akagawa-san. Vamos, está na hora de você conhecer sua futura noiva.

Sayuri respirou fundo e tentou dar um sorriso encorajador a Naoya, o momento em que ele se separaria dela havia chegado, outra garota tomaria a atenção dele e ela deixaria de ser a primeira nos pensamentos dele, Sayuri abaixou sua cabeça escondendo sua raiva.

— Você não deve ir a lugar algum. Este é o seu lugar, ao lado da sua irmã.

Naoya se virou assustado quando os sussurros de Sayuri soaram em seus ouvidos, ele olhou para ela com uma expressão confusa.

— Você disse alguma coisa, Sayuri?

— Não. Eu não disse nada.

Quando Naoya passou pelo umbral da porta, ele suspirou tenuamente. Qual seria a reação que ele teria ao conhecer sua futura esposa? Aquela pergunta não saía da cabeça dele, enquanto o carro seguia para o local de destino, Naoya só conseguia pensar em querer fugir daquele lugar, havia muitas coisas a qual ele deveria se preocupar, mas o que estava ocupando sua cabeça naquele momento eram somente os sonhos recorrentes que estava tendo.

— Chegamos.

Aquelas palavras reverberaram nos ouvidos de Naoya, fazendo com que ele recomposse sua postura, olhando para aquela casa Naoya suspirou, suas pernas tremiam e seu coração estava disparado, quando abaixou sua cabeça sentiu seus ombros serem tocados.

— Não se preocupe. O nervosismo faz parte da vida, a partir de agora você está a um passo de sua vida adulta. Estou tão orgulhoso de você filho.

Seu pai, notando seu nervosismo, tentou encorajá-lo a seguir em frente. Quando Naoya abriu a porta, deparou-se com um quarto no estilo oriental. Ele se sentou no travesseiro e aguardou. Uma notificação chamou sua atenção; Naoya segurou o telefone e desbloqueou. Havia uma mensagem não lida de um número desconhecido.

"Você tem a chance de mudar o seu destino. Vai jogar fora assim?"

Aquela mensagem o deixou espantado, como se já tivesse desistido. Ele digitou algumas palavras e enviou novamente.

"Já é tarde demais."

Dando-se por vencido, Naoya apenas aceitou o fato de que não conseguiria cancelar o casamento, por mais que tentasse.

"Você vai desistir agora? E tudo que me prometeu, um futuro em que nós dois estamos juntos, você já desistiu?"

Ao ler aquela mensagem, Naoya se encheu de coragem novamente. Aquela pessoa estava encorajando-o a não desistir dos planos que havia feito.

— Largue este telefone, Naoya. Tenha modos à mesa.

Enquanto seu pai o repreendia, Naoya levantou a cabeça e encontrou o olhar tímido de uma garota à sua frente. Ao olhar ao redor, notou que sua família conversava com a família daquela garota. Ele então retornou ao celular; seu pai, ao perceber a falta de educação, tomou o celular dele.

— Perdoem os maus modos do meu filho.

— Não se preocupe. São crianças; isso é normal.

Quando Naoya voltou a olhar a garota, corou. Ela tinha uma pele branca como a neve, olhos azuis cintilantes, e seu vestido preto de renda transmitia uma aura de pura elegância. Seus cabelos ruivos cacheados a transformavam em uma bela pintura de um pintor renomado.

A garota se aproximou de Naoya, segurou nas pontas do vestido e deu uma curta reverência em sinal de respeito.

— Eu me chamo Mayumi Hanazono. É um prazer conhecê-los.

Ao ouvir essas palavras, Naoya cruzou os braços e se virou. Seu pai, presenciando aquela cena, enfureceu-se, dando um tapa na cabeça de Naoya.

— Você não tem modos perto de outras pessoas? A sua futura esposa está te cumprimentando e assim é assim que você corresponde a sua gentileza?

— Eu nem queria estar aqui. E muito menos queria que essa garota fosse minha noiva.

Quando aquelas palavras atingiram os ouvidos de Mayumi, ela se enfureceu e esbofeteou Naoya, que pressionou a mão sobre o rosto.

— Você deveria ter pelo menos um pouco de educação. Fui gentil em vir querer te conhecer, e sou recebida assim. Você é a pessoa mais horrível que eu já conheci.

Após proferir essas palavras, a garota virou-se e saiu do quarto, seguida por sua família e pelos pais de Naoya. Sozinho naquele quarto, ele refletiu sobre o ocorrido.

'Esta é a melhor decisão que posso tomar. Não vou me arrepender no final.'

Enquanto se levantava para ir embora, notou a porta abrindo novamente. A garota havia voltado e o encontrou ainda no recinto.

— Me desculpe. Eu esqueci a minha bolsa; já estou saindo.

Quando a garota se virou para ir embora, foi segurada pelo pulso por Naoya.

— Me desculpe pela minha atitude arrogante mais cedo. Eu só não estava com a cabeça naquele momento.

— Não se preocupe. Eu não guardo rancor, mesmo que você não valesse o esforço para isso.

Aquelas palavras atingiram o coração de Naoya como lâminas; ela ainda demonstrava estar furiosa com ele.

— Eu me chamo Naoya Akagawa. É um prazer conhecê-la.

Mayumi lançou um olhar gélido para Naoya, enquanto ele fazia uma curta reverência.

— Você poderia soltar o meu braço?

Quando Naoya escutou essas palavras, ele rapidamente soltou o braço de Mayumi, que passou uma pequena toalha no local onde ele encostou a mão.

— Me desculpe. Era a única forma que pensei para te fazer parar.

Mayumi segurou seu celular na mão e escreveu algumas palavras nele, enquanto Naoya esperava por alguma resposta. Ela apenas se virou e guardou o telefone.

— Se era só isso que queria falar, então eu estou indo embora.

— Espera. Não é isso que eu quero dizer.

Naoya, após Mayumi dar alguns passos para frente, subitamente falou:

— Eu quero saber se tem alguma chance de cancelar este casamento.

Essa declaração surpreendeu Mayumi, mas ao se lembrar da atitude dele mais cedo, ela enfureceu-se.

— Uma pessoa que não se importou em manter uma boa educação ao se apresentar para outra pessoa estaria tão interessada em algo impossível por quê?

— Eu tenho sérias razões para tentar cancelar este casamento, e vou fazer de tudo até o impossível para alcançar o meu objetivo.

Mayumi, ainda de costas para Naoya, sentiu-se inquieta. Seu coração acelerou, sem entender o motivo daquele ocorrido. Era a primeira vez que isso acontecia, as palavras tinham afetado seu coração, como nos mangás de romance. Sentindo o rosto esquentar, ela abriu a porta do quarto e correu para o carro de seus pais.

'Isto está errado. Não tem como ele dizer as mesmas palavras dos mangás, eu acho que ele nem lê mangá de romance. Eu estou me equivocando à toa, eu fui pega de surpresa, é… deve ser isso.'

— Está tudo bem, filha?

— Huh… estou bem sim…

— Você está pálida. Tá sentindo alguma coisa? Quer ir ao hospital?

— Não. Está tudo bem! Não se preocupe comigo, só estou cansada mesmo.

No trajeto de volta para casa, Mayumi apoiou a cabeça sobre o banco do carro e elevou o olhar para o teto, ainda pensativa sobre a conversa estranha que teve com Naoya e como ele parecia extremamente entusiasmado para cumprir aquela vontade.

'Cancelar o casamento. Será que é realmente possível isso?'

Aquela pergunta fez com que Mayumi ficasse pensativa durante toda a viagem. Seria realmente possível tal feito. Quando chegaram em casa, Mayumi correu para seu quarto, subiu as escadas e bateu a porta atrás de si. Enquanto se sentava na cadeira, ela ligou seu computador, que há muito tempo não usava.

Sua mãe, que estranhou a súbita mudança na atitude de Mayumi, entrou em seu quarto para conferir o que estava acontecendo com sua filha.

— Filha. O que está acontecendo? Por que entrou em casa correndo?

— Mãe. É possível cancelar o aviso do governo?

Ao ouvir essas palavras, a feição da mãe de Mayumi mudou completamente. Ela ficou assustada com a repentina pergunta.

— Não diga besteiras. Isso não é possível. Por que está perguntando isso?

— Só por curiosidade. Nada demais.

— Bom. Isso me lembra de uma história do passado sobre um jovem casal de namorados. Eles estavam felizes juntos, era uma alegria todos os dias para eles. Até que começaram a planejar seu futuro, mesmo sabendo que aquilo era quase impossível para eles. Mesmo assim, não se importaram e planejaram fugir juntos. O garoto e a garota queriam fugir para um lugar bem distante para viverem juntos.

Quando o dia marcado para se encontrarem chegou, a garota chegou ao local marcado e esperou, esperou, e esperou. Após muito tempo ali, ela percebeu que ele não havia cumprido a metade da sua promessa. Quando o aviso dela chegou, ela resolveu conhecer seu parceiro, e ali redescobriu o amor. No final, eles se casaram.

Após ouvir aquela história, Mayumi percebeu que aquele casal havia de fato tentado cancelar, com um brilho no olhar Mayumi sorriu e deu um beijo na bochecha de sua mãe, que sem entender o que havia acontecido se levantou e se dirigiu a porta, quando segurou a maçaneta, ela se virou para Mayumi lançando sobre ela um olhar curioso.

— Filha, por acaso, você está tentando cancelar seu casamento?

— Eu…


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