Chapter 4: Dano colateral
Depois de dois longos minuto, os dois oponentes estavam num impasse.
A criatura alada não conseguia se soltar dos braços fortes do sujeito esquisito, enquanto que ele também não conseguia imobilizá-la por completo, por ser muito grande e muito forte.
Kowalsk percebeu que era hora de entrar em ação, ou logo ele poderia ser parte da alimentação daquela criatura voraz que grasnava, rugia e tentava a todo custo entrar com todo o seu corpanzil dentro daquela sala.
Então Kowalsk procurou atentamente por algo que não demorou a encontrar e ao apertar o esperado aconteceu.
Uma segunda e espessa comporta de metal começou a descer e prensar o pescoço da criatura alada até que ficasse totalmente presa ao chão.
Kowalsk sorriu, pois nunca tivera a oportunidade de atacar um desses "bichinhos" estando eles totalmente indefesos assim.
Isso era apenas uma pequena vantagem para eles, pois Kowalsk também sabia o quanto aquela criatura caçadora era forte e resistente que mesmo estando presa não sucumbiria com facilidade.
Ficou perplexo ao ver que aquele sujeito torto e desfigurado continuava agarrado a fera pelo pescoço e socava-a sem dó.
_ Desculpe incomodar amigo, sei que você parece ser um tanto forte, mas acho que só no soco você não consegue matar esse bicho aí não.
_ Quer apostar?
Perguntou o sujeito parando bruscamente de esmurrar a fera e agora parecia analisá-la procurando por um possível ponto fraco.
Então preparou sua mão para dar um golpe, como se isso fosse resolver o problema e antes que Kowalsk pudesse dizer mais alguma coisa, o sujeito estranho deu um golpe seguido de um estampido, bem no pescoço da fera, que a fez urrar de dor e depois estrebuchar como se estivesse morrendo, cessando todos seus movimentos a seguir,
Ainda sem acreditar, Kowalsk ameaçou parabenizar o grande e estranho lutador, mas qual não foi sua grande surpresa ao notar que a mão do mesmo estava esmigalhada e totalmente imprestável para uso.
_Você está bem meu amigo, o que houve com sua mão?
Perguntou Kowalsk demonstrando verdadeira preocupação.
_ Não se preocupe não soldado, isso é apenas um pequeno dano colateral, mas que em breve será sanado.
Respondeu o estranho parecendo não dar muita importância ao fato de estar aleijado pelo resto de sua vida, fosse ela curta ou longa.
_ Então tá né amigo. Se é como você diz, então está tudo bem.
Falou Kowalsk consentindo, mas sem acreditar nem um pouco de que aquilo não era apenas um dano colateral, e sim uma perda irreparável, ficou olhando para aquela cena por alguns minutos sem entender exatamente o que havia acontecido.
A criatura alada se debatia de vez em quando em espasmos e enquanto isso o estranho sujeito se mantinha imóvel como se esperasse um retorno repentino daquela fera.
O que não aconteceu para alívio de Kowalsk que ainda custava acreditar que alguém pudesse derrotar aquele bicho de mãos nuas.
_ Eu estou olhando para tudo isso sei que aconteceu, mas ainda não consigo assimilar. Então torno a perguntar quem ou o que é você? E dessa vez por favor me fale somente a verdade.
O estranho sujeito pareceu não entender direito a pergunta de Kowalsk e demorou mais alguns segundos para conectar a frase por inteiro, por fim respondeu:
_ Não sou nada de o quê. Posso não parecer, mas sou apenas uma pessoa como você ...Ou quase.
_ Tem certeza?
Perguntou Kowalsk aproximando-se vagarosamente.
_Sim eu tenho certeza disso.
Respondeu o estranho titubeando que perguntou a seguir:
_Mas o que é que eu pareço para você?
Kowalsk geralmente respondia rápido seu interlocutor independente do assunto. E fazia poucos minutos que ele tinha dado uma descrição de uma aparente incapacidade motora e mental daquele sujeito, mas ele tinha errado feio.
O cara poderia não ser um modelo virtuoso de homo sapiens, mas enfrentar um bicho enorme só com as mãos... Era coisa de super herói pra lá.
Essa pergunta feito para ele nesse momento depois de tudo que ele presenciou o deixava meio travado para responder.
Afinal se o estranho ficasse bravo com sua resposta e viesse para cima dele iniciando um confronto, como ele poderia derrotar alguém que tinha derrotado uma fera alada daquela com suas próprias mãos?
Então Kowalsk lembrou-se de que uma das mãos dos estranhos tinha sido esmigalhada na luta.
Essa poderia ser uma vantagem e tanto para Kowalsk caso ele precisasse lutar com o estranho.
_ Me desculpe de verdade amigo, mas para mim você parece mais um alienígena, com esse seu rosto desfigurado, esses olhos esbugalhados e essa grade em sua boca. Sem contar que sua mão está esmagada enquanto você não parece se importar com isso nem um pouco. Então diga o que quiser, mas para mim você veio do espaço, acertei?
O estranho fixou seu olhar em Kowalsk fazendo esse mesmo se colocar em posição de luta.
_O que está fazendo velho soldado?
_Me preparando para lutar com você.
Respondeu Kowalsk já fazendo um breve aquecimento.
_E por que eu faria isso? Além do mas eu estou sem uma das minhas mãos velhas soldado. E eu não vim do espaço e sim de um laboratório militar. Então eu sou tão soldado quanto você com apenas uma diferença. Meu treinamento teve danos colaterais e o seu não.
Aquela era uma resposta da qual Kowalsk jamais imaginou em ouvir, mas pelo menos agora aquela aparência bizarra fazia algum sentido.
Eu sinto muito por ter julgado precipitadamente meu nome é Kowalsk e o seu parceiro?
_Piotr Nicolas Vidoviski ou Gareno se preferir. A propósito seja bem-vindo ao meu quartel, mas antes de qualquer coisa vamos limpar essa bagunça porque temos muito o que conversar.
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